CONFIANÇA
Em psicologia, confiança pode ser entendida como "um estado psicológico que se caracteriza pela intenção de aceitar a vulnerabilidade, com base em crenças otimistas a respeito das intenções (ou do comportamento) do outro". Pode também ser entendida como a crença na probidade moral, na sinceridade de alguém.
O grau de confiança entre duas pessoas é determinado pela capacidade que elas
têm de prever o comportamento uma da outra. Tem como base experiências passadas
que corroboram um padrão esperado, valores compartilhados percebidos como
compatíveis. Também é "a expectativa que nasce no seio de uma comunidade de
comportamento estável, honesto e cooperativo, baseado em normas compartilhadas
pelos membros dessa comunidade". Quando isso ocorre, tenho condições de prever o
comportamento do outro em uma dada circunstância. Confiança é
previsibilidade do comportamento. Ao observar o comportamento de alguém,
somos capazes de identificar os valores que determinam por que as pessoas se
comportam de uma determinada maneira. Portanto, quando digo que confio em
alguém, estou querendo dizer que: a) pertencemos à mesma comunidade de valores,
e b) sei que ele estará tão orientado para atender a meus/nossos interesses
quanto eu próprio estaria se estivesse no lugar dele. Quando isso acontece, as
pessoas não negociam: elas são capazes de entregar um cheque em branco e
assinado. Assim, a quantidade e a freqüência das negociações podem ser
indicadores de que nem tudo vai bem. Se a oportunidade de negociar pode ser um
indício de
relações democráticas e igualitárias, o excesso de negociações é um
indicador seguro de falta de confiança porque, no limite, quando eu confio
totalmente, não negocio. Assim, quanto maior o número de negociações, menor a
abertura entre os
interlocutores.